quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Emprego de algumas expressões - Parte I

Posted by Cristina C C Vieira on janeiro 26, 2012 with No comments
ACESSAR

Use acessar apenas para tratar de informática, no sentido de chamar ou acionar um arquivo. Não use no lugar de verbos como atingir, alcançar.


A PARTIR DE

Significa a começar de, a datar de e marca o início de algo no tempo e no espaço. Além disso, a locução carrega uma noção de continuidade. O correto seria usar somente uma preposição ou o advérbio depois:

O projeto começou a nascer em uma visita:... começou a nascer depois de uma visita; ...começou a nascer durante uma visita (e não... a partir de uma visita).

Não use a partir de com o sentido de com base em ou para introduzir, eventos pontuais:
A seleção dos alunos aconteceu com base na indicação de professores (e não a partir da indicação de professores).


ATRAVÉS DE

Deve ser usado no sentido de de um lado a outro:

Correu através do campo.

Viajou de bicicleta através do mundo.

por entre:

Viu através da fumaça.

Espreitava através da cortina da sala a vida dos vizinhos.

por dentro de:

Foram horas e horas percorridas através de túneis.


ao longo de:

Ficava mais sábio através dos anos.


ATENÇÃO: não use através de no lugar de: por meio de, por intermédio de, por.

O estilo fica empobrecido e a expressão muito desgastada. O recomendável é:

Conheceu o marido por intermédio da prima (e não através da prima).

Sabiam das notícias por meio do / pelo rádio (e não através do rádio).


ALTERNATIVA

Alternativa implica outra possibilidade, por isso não se pode dizer única alternativa.



O uso da crase

Posted by Cristina C C Vieira on janeiro 26, 2012 with 2 comments
Crase é a fusão de dois a a (à); um é ´reposição, o outro é artigo. Observe as frases a seguir:

É bom irmos a a cidade hoje.

Eu me referi a a aeromoça.


Como em todas essas frases existe a necessidade de haver tanto a preposição como o artigo, eles se unem para formar a crase:

É bom irmos à cidade hoje.

Eu me referi à aeromoça.


Portanto, para saber se um a deve ou não ser craseado, veja se ele pode ser decomposto em dois a a (preposição + artigo). Se não puder, nada de crase.


Nunca use:

  • antes de qualquer palavra masculina;
  • antes de verbo;
  • entre palavras repetidas (gota a gota; dia a dia);
  • em a seguido de plural (Não costumo ir a shows ao ar livre).

Literatura oral no Brasil

Posted by Cristina C C Vieira on janeiro 26, 2012 with No comments
1. A origem

    Em princípio - história popular; elemento simples, compacto, criado para e função exclusiva daquele uso; sentido nacional, expressão local, típica, desconhecida para os vizinhos e curiosa para ser entendida pelos estrangeiros. Atualmente: dificuldade em fixar o raro "local" e o fugitivo "nacional" no que dizemos próprio e mesmo característico.

  • Anedota ou história, cantiga ou ronda infantil ou adivinha - elementos justapostos, encadeados, formando o enredo, o assunto, o conteúdo - presenças em terras incontáveis e numa multidão de exemplos. A novidade consiste na forma tomada por esses elementos-temas. O grau de aproximação, resultante da maior ou menor coincidência do enredo geral ou de um e mais elementos formadores, vai batizando as variantes (cores locais, algum modismo verbal, um hábito, uma frase, denunciando uma região, uma época.)
  • Histórias mais populares no Brasil - as de caráter universal, antigas, seculares, espalhadas por quase toda a superfície da terra.
  • É possível o que não tenhamos recebido de fora, mas é feito com elementos importados (memória dos colonos, cultura negra espalhada através dos mestiços); a dos índios reduz-se as áreas geográficas em que a tribo se fixou.
  • Os mais antigos, iniciadores do gênero - as fábulas.
  • Episódios sentimentais surgem das tradições guerreiras das gestas, expandido-se, ampliado e transfigurado.
  • Tanto mais os temas se distanciam da simplicidade espiritual primitiva, da unidade psicológica inicial, maior número de elementos adquirem, desenvolvendo-se e possibilitando o entendimento para outros povos. As histórias para rir e os contos obscenos são conquistas de civilizados.
  • Finalidade - doutrinar, pondo ao alcance da mentalidade infantil e popular, por meio de apólogos, historietas rápidas, o corpo de ensinamentos religiosos e sociais que preside à organização do grupo.
  • É possível medir o grau de solidariedade dos ouvintes - participação crítica e apreciação espontânea da matéria moral.
  • Os temas satíricos são posteriores e variam de povo para povo.
  • O conto obsceno, a anedota fescenina, são testemunhos de evolução mental, libertação do grupo religioso de ensino catequístico, renúncia à moral comum.
  • A inclusão da literatura oral como informação decisiva de psicologia coletiva evidenciou não apenas antiguidade, mas humanidade dos temas e dos elementos.
2. Canto e dança - expressão da alegria plena do brasileiro (filho de raças cantadeiras e dançarinas), comunicação mais rápida, unânime e completa dentro do país.

  • Rápida comunicabilidade, não observada em qualquer outra parte do mundo, a não ser nas cantigas patrióticas ou satíricas.
  • Canto e dança são mantidos em seu caráter primitivo inseparável e siamês. Portugueses, africanos e indígenas tiveram danças cantadas e coletivas. Danças sem espectadores. Sem assistência. Todos os presentes participavam, cantando, dançando, batendo palmas. Os músicos dançam também. Só os velhos, os doentes, os inúteis, olham a festa.
  • "Quando o preto canta. Chicuembo repousa (Deus descansa)".
  • "andavam muitos deles dançando e folgando uns ante outros, sem se tomarem pelas mãos, e faziam-no bem" (Carta de Pero Vaz de Caminha).
  • Os portugueses foram grandes bailadores - Gil Vicente - o melhor documentário do Portugal quinhentista. Nele falam as mil vozes do povo, numa repercussão inteira e clara de maravilhosa fidelidade. Era assim que sentia o português quando o Brasil começou a viver.
  • O canto e a dança no Brasil são águas desses três estuários do indígena, do negro e do português.
  • Indígena: o maracá, o refrão curto; Cateretê, Caruru, contrariou, no impulso lírico português, o excessivo tema amoroso; os bailados Caboclinhos, Caiapós; o canto Catimbó nordestino e a pajelança amazônica.
  • Portugueses: o tonalismo harmônico, a quadratura estrófica, os instrumentos musicais popularíssimos: violão, cavaquinho, viola, flauta, oficleide, piano, grupo dos arcos, a Moda, o Acalanto, a Roda infantil, o Fado dançado, o fandango, o reisado, o pastoril, a marujada, a chegança (estas duas herdadas dos mouros).
  • Africanos: rítimicas, vocábulos, flexões de sintaxe e dicção que influenciaram a conformação da linha melódica. Cantos e danças, a Congada, o Maracatu, o maxixe, a habanera, o tango, o foxtrote.
  • "Na realidade, foi de uma complexa mistura de elementos estranhos que se formou a nossa música popular". (Mário de Andrade)

 
    OBS: Informações com base no capítulo 2 do livro "Literatura oral no Brasil".

História da Estrela do Mar

Posted by Cristina C C Vieira on janeiro 26, 2012 with No comments
      Era uma vez um escritor, que morava numa praia tranquila, junto a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele passeava à beira-mar, para se inspirar, e de tarde ficava em casa escrevendo.

        Um dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Quando chegou perto, era um jovem pegando na areia as estrelas-do-mar, uma por uma, e jogando novamente de volta ao oceano.

        - Por que você está fazendo isso? - perguntou o escritor.

       - Você não vê? - disse o jovem - A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas vão secar ao sol e morrer, se ficarem aqui na areia.

       - Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praia por esse mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar, espalhadas pelas praias. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.

      O jovem pegou mais uma estrela na areia, jogou de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:

        - Para essa, eu fiz a diferença.

    Naquela noite o escritor não conseguiu dormir nem escrever. De manhãzinha foi para a praia. Reuniu-se ao jovem e juntos começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao Oceano.

História do Romance Espanhol

Posted by Cristina C C Vieira on janeiro 26, 2012 with No comments
    Para falarmos disso, trago um pequeno trecho, uma pequena adaptação de uma cena narrada por Camilo José Cela em seu livro "Viajei a la Alcarria" que acredito ilustrar bem esta questão. Este trecho foi retirado do livro de Antônio Viñao Frago.

      "Diz ele que um viajante chega a uma alfeia. A professora que o acompanha a uma visita à escola fala de pedagogia e diz que as crianças são boas, aplicadas e muito atentas. Chama, então, um menino e uma menina e pergunta:

       - Vamos ver. Quem descobriu a América?

       - Cristóvão Colombo - diz o menino sem vacilar.

        A professora sorri.

     - Agora você - aponta para a menina - Qual foi a melhor rainha da Espanha?

       - Isabel, a Católica.

       - Por quê?

       - Porque lutou contra o feudalismo e o Islã, realizou a unidade de nossa pátria e levou nossa cultura e religião para além dos mares.

        A professora, satisfeita, explica ao viajante:

       - É minha melhor aluna.

       A pequenina está muito séria, muito possuída do seu papel de número um. O viajante dá-lhe uma bala de café-com-leite, leva-a um pouco à parte e pergunta:

       - Como te chamas?

       -Rosário Gonzales.

       - Bem. Vejamos. Rosário, você sabe o que é feudalismo?

       - Não senhor.

       - E o Islã?

       Não senhor - responde perturbada a menina.

       O viajante, então, suspende o interrogatório."


       A menina, como vimos, fala como um livro. Um livro que ela não entende, mas a memorização deste livro é que permite que a aluna seja bem avaliada pela escola.

       É isso que queremos para os nossos jovens?

Para refletir...

Posted by Cristina C C Vieira on janeiro 26, 2012 with No comments
O Sábio e o passarinho


       "Numa antiga vila, um sábio famoso por saber sempre a resposta para todas as perguntas que fossem feitas a ele. Um dia, um jovem adolescente, conversando com um amigo, disse:
     - Eu acho que sei como enganar o sábio. Vou pegar um passarinho e o levarei, dentro da minha mão, até o sábio. Então, perguntarei a ele se o passarinho está vivo ou morto. Se ele disser que está vivo, espremo o passarinho, mato-o e deixo-o cair no chão.
       Assim, o jovem chegou perto do sábio e fez a pergunta:
      - Sábio, o passarinho em minha mão está vivo ou morto?
      O sábio olhou para o rapaz e disse:
      - Meu jovem, a resposta está em suas mãos!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Leitura e Produção Textual

Posted by Cristina C C Vieira on janeiro 19, 2012 with No comments
1.   OBJETIVO
  • Toda a atenção dispensada à leitura é da maior importância, e ela deve ser tratada como um fio em si. Portanto, toda semana, será trabalhada a leitura em 1 tempo de aula, pois o objetivo do trabalho com textos é criar o gosto pela leitura, de acordo com o PCN.
  • Desenvolver o hábito da leitura.
  • Criar o gosto pela leitura.

  1. Níveis de leitura

Há diferentes níveis de leitura. Por exemplo, a leitura de uma notícia de jornal pede uma objetividade que passa longe da forma como se lê uma poesia, marcado pelas inúmeras possibilidades de interpretação.

  1. Sugestões de atividades para trabalhar a diversidade de textos:

a)    Leitura colaborativa: o professor lê um texto com a turma, ao longo da atividade, questiona os alunos sobre o conteúdo do que se leu. Isso permite que o professor destaque alguns recursos de linguagem (como as repetições intencionais ou metáforas) e ensine como se faz o trabalho de compreensão de texto.
b)    Leitura em voz alta pelo professor: ao ler com a turma o professor oferece um melhor entendimento da obra, pois compartilha com seus alunos as eventuais dificuldades de um texto mais longo e complexo.
c)     Leitura programada: ideal para discutir coletivamente um texto considerado difícil, o professor segmenta uma obra em partes, e cada aluno lê um trecho. Durante os intervalos, o professor pode explicar como a obra foi feita, em qual época, que foi o impacto, na ocasião, sem quebrar a dinâmica da leitura.
d)    Leitura de escolha pessoal: o professor seleciona um gênero ou autor e faz um pequeno resumo de cada obra, para os alunos escolherem segundo os próprios critérios. A segunda parte dessa atividade se dá quando cada grupo que leu a mesma obra expõe suas opiniões: o que mais apreciou a narrativa, quais os pontos de encontro com as obras lidas pelos grupos, entre outros.

  1. Produção textual

a)    Transcrição: pode parecer chato, enfadonho, mas o trabalho de transcrever um texto escolhido pelo professor exige que o aluno se concentre para ser fiel às palavras e à pontuação. É o primeiro passo para ele observar o que o autor está dizendo e de que forma faz isso. Tomar notas de aula também é uma transcrição.
b)    Reprodução: ao fazer um resumo do texto original, o estudante estará treinando a concisão e a objetividade.
·         Sinopse de filme ou livro; adaptação de um conto para texto teatral também são exercícios de reprodução.
c)     Decalque: nesse modelo, freqüentemente usado na vida cotidiana em cartas comerciais ou requerimentos, a estrutura formal do texto já existe, permitindo que o aluno se concentre na expressão (“como dizer”). A função desse exercício é mostrar como se aprende a escrever também imitando o que já foi feito.
·         Paródias, como as feitas em programas humorísticos a personagens da vida real, publicidade e a encenação de piadas também são decalques.
d)    Autoria: aqui o aluno terá autonomia para desenvolver o próprio texto, tanto no plano do conteúdo (“o que dizer”) quanto no da expressão (“como dizer”).
     


sábado, 14 de janeiro de 2012

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012