domingo, 27 de fevereiro de 2011

Estrangeirismos

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 27, 2011 with No comments
       Os estrangeirismos entram no idioma por um processo natural, em decorrência do contato cultural e comercial ou da proximidade geográfica entre países.

        Com o tempo, alguns estrangeirismos deixam de ser usados, enquanto outros se incorporam ao vocabulário, ou léxico, da língua. No vocabulário da língua portuguesa, encontram-se palavras que vieram do espanhos e do árabe. Outras línguas que exerceram muita influência no português são o francês, o inglês, o italiano, o alemão e as línguas africanas e indígenas.

       Ao se incorporarem à língua, alguns estrangeirismos se aportuguesam, isto é, sofrem adaptações de som ou forma, e outros mantêm sua forma original. Por exemplo, a palavra Vitraux (pronuncia-se "vitrô"), do francês, aportuguesou-se como vitrô; já a palavra office-boy, do inglês, mantém sua forma original.

       Ex: rock, videogame, fast-food

       A incorporação de estrangeirismo à língua tem causado polêmica há muito tempo. No início do século XX, para substituir os estrangeirismos mais usados em português, o latinista Castro lopes propôs uma lista de neologismos formados por elementos latinos. Veja algumas das substituições propostas:

      preconício (reclame)                        ruminol (avalanche)
      lucivelo (abajur)                             balípodo (futebol)
      ludâmbulo (turista)                         convescote (piquenique)
      coribel (carnê)                                cardápio (menu)

       A maioria desses neologismos foi rejeitada pelos falantes da língua, que preferiram os estrangeirismos às formações exóticas de Castro Lopes.

       O que é Neologismo?

       Neologismo é uma palavra ou expressão nova em uma língua. O neologismo pode ser formado a partir de elementos ou palavras já existentes na língua (dolarizar, dolarização), por empréstimos de outras línguas (e-mail), ou pela alteração do significado de uma palavra (zebra, com o sentido de "resultado inesperado"). 

Para que servem as conjunções?

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 27, 2011 with 26 comments
    As relações entre os seres humanos ou entre o ser humano e o mundo são bastante complexas. Para dar conta da complexidade das ideias e das relações, a linguagem necessita de mecanismos próprios. Por exemplo: como indicar que uma ideia se opõe a outra? Como indicar que um fato é a causa ou a consequência de outro?
     As conjunções cumprem esse papel, estabelecendo nexos lógicos entre as orações. Elas são, portanto, um dos elementos essenciais para que um texto seja coerente e coeso.

         Conjunções coordenativas

1. Aditivas - estabelecem relações de adição, soma (e, nem, mas também)

           Ex: A garota não estuda nem trabalha.

2. Adversativas - estabelecem relações de oposição, contraste. (mas, porém, entretanto, contudo, todavia)

           Ex: Fui procurá-lo, mas não o encontrei.

3. Alternativas - estabelecem relações de separação, exclusão (ou, ou...ou, já...já, quer...quer)

           Ex: Ou você estuda, ou você trabalha.

4. Conclusivas - estabelecem relações de conclusão (logo, pois, portanto, por isso)

           Ex: Andou devagar, por isso chegou atrasado.

5. Explicativas - estabelecem relações de explicação, justificativa (que, porque, porquanto, pois)

           Ex: Fale baixo, pois o bebê dormiu.


         Conjunções subordinativas

1. Causais - expressam circunstâncias de causa, motivo, razão do efeito (porque, como, visto que, já que)

          Ex: Como a chuva estivesse muito forte, não fui ao cinema.

2. Comparativas - expressam circunstâncias de comparação (como, que, assim como, (mais, menos) do que

          Ex: O pai está mais preocupado do que a mãe (está) com o atraso do filho.

3. Concessivas - expressam circunstâncias de concessão (embora, ainda que, se bem que, mesmo que)

          Ex: Mesmo que não haja sol, iremos à praia.

4. Condicionais - expressam circunstâncias de condição (se, caso, contanto que, desde que, a menos que)

          Ex: Se você precisar de ajuda, telefone para mim.

5. Conformativas - expressam circunstâncias de conformidade (conforme, como, segundo)

          Ex: Nas férias, tudo ocorreu como havíamos previsto.

6. Consecutivas - expressam circunstâncias de consequência (tal, tão, tanto) que, de modo que)

          Ex: Chorou tanto, que ficou com os olhos inchados.

7. Finais - expressam circunstâncias de finalidade (para que, a fim de que, que)

         Ex: Abrimos as janelas, para que entrasse um pouco de ar na casa.

8. Proporcionais - expressam circunstâncias de proporção (à proporção que, à medida que)

        Ex: À medida que envelhece, a prata fica mais bonita.  

9. Temporais - expressam circunstâncias de tempo, momento (quando, antes que, depois que, logo que)

         Ex: Enquanto as crianças brincavam fiz um bolo para o lanche.

Para que serve o complemento nominal?

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 27, 2011 with No comments
     O complemento nominal é utilizado com frequência em textos que lidam com ideias e conceitos abstratos (por exemplo, "direito à liberdade"), quando expressamos nossos desejos, sentimentos e necessidades (por exemplo, "amor à vida") ou quando falamos de nossas ações sobre o mundo empregando nomes derivados de verbos (por exemplo, "transformação da sociedade").

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Linguagem da internet - O internetês

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 20, 2011 with No comments

Internetês - é um neologismo (de: Internet + sufixo ês) que designa a linguagem utilizada no meio virtual, em que "as palavras foram abreviadas até o ponto de se transformarem em uma única expressão, duas ou no máximo cinco letras", onde há "um desmoronamento da pontuação e da acentuação", pelo uso da fonética em detrimento da etimologia, com uso restrito de caracteres e desrespeito às normas gramaticais.

Palavra na norma culta             Abreviação em internetês

           Não
                                     ñ, n, naum

           
            Sim                                      s, y

           
            Por quê                                 pq
           
            De                                        d


            Também                                tb, tmbm, tbm, tmb


            Se Faz Favor                          sff


            Beleza                                  blz


            Aqui                                     aki


            Acho                                    axo


            Qualquer                              qlqr, qq, qquer

            Mais                                     +



            Hoje                                     hj, og


            Não é, né                              neh,neah


            Quando                                 Qndo, qdo


            Novidade                               9dade, nvd


            Verdade                                 vdd


            Você                                      vc


            Vocês                                    v6, vcs, 6


            Oi tudo bem?                          8do bm


            Comigo                                  cmg


            Tudo bem                               td bm


            Por favor                                pf; pls; plis; plz


            Teclar                                    tc


            Falou                                     flw   
   (No caso, é sinônimo de
          Tchau;até)                          


           Firmeza                                  fms,fmz


           Valeu                                      vlw


           Demais                                    d+


           Até Mais                                   t+,té +


           É                                             eh


           Ah tá                                       ata


           Tchau                                       xau


           Cabeça                                     kbça


           Riso                                          rs


           Adiciona                                    add


           Aceita                                       acc


           Beijo                                         bj, bjo


           Beijos                                        bjs, bjos

Abreviaturas

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 20, 2011 with No comments
       As abreviaturas obedecem às seguintes normas para sua construção:

  • geralmente terminam com ponto:
        av. (avenida)       ago. (agosto)

  • há variantes:
       ap. ou apart.

  • conservam a acentuação da palavra original:
       p. ou pág. (página)

  • o plural pode ser indicado pelo acréscimo de s ou pelo uso de consoantes dobradas:
       As.  ou  AA. (autores)

  • os símbolos científicos são abreviados sem ponto:
       O (oxigênio)            (grama)

    
      Algumas abreviaturas mais utilizadas:

A/C - ao cuidado
a.c. - antes de cristo
ago. - agosto
ap. ou apart. - apartamento
av. - avenida
bibl. - bibliografia, bibliográfico ou biblioteca
cap. , caps. - capítulo, capítulos
c/c - conta corrente
cent. - centavo
cf. ou cfr - confira, confronto, compare
cit. - citação, citado (s), citada (s)
cód. - código
créd. - crédito
D. - Dom, Dona
d. c. - depois de Cristo
DD. - Digníssimo
Dr., Drª - Doutor, Doutora
dz. - dúzia (s)
E. D. - espera deferimento
e. g. - exempli gratia (por exemplo)
etc. - et coetera (e outros)
ex. - exemplo (s)
Exª - Excelência
fev. - fevereiro
gen. - general
h - hora (s)
hab. - habitante
ib. ou ibid. - ibidem (no mesmo lugar)
id. - idem (a mesma coisa)
i. e. - isto é
jan. - janeiro
jul. - julho
jun. - junho
ltda. - limitada
min - minuto (s)
MM. - Meritíssimo
nº - número
nac. - nacional
nov. - novembro
N. da E. - Nota da Editora
N. do T. - Nota do tradutor
obs. - observação, observações
op. cit. - opus citatum (obra citada)
p. ou pág., pp. ou págs. - página, páginas
pal. - palavra (s)
P. D. - pede deferimento
p. ex. - por exemplo
P. F. - por favor
pg. - pago
pl. - plural
p.p. - por preocupação; próximo passado
P. S. - post scriptum (pós - escrito)
s.d. - sem data
séc. - século
Sr., Srª. - Senhor, Senhora
TV - televisão
V. - você
V. Sª. - Vossa Senhoria
W. C. - water-closet (banheiro)

       Há também abreviações utilizadas na linguagem da internet, que se chama internetês. Veja alguns exemplos:

Tb = também



Vc = você


Hj = hoje


Naum = não


Neh = né


Blz= beleza


Qdo = quando


Cmg = comigo


O q? = O quê?


Kd vc? = Cadê você?


    

Abreviaturas dos Estados Brasileiros

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 20, 2011 with 2 comments
       Você conhece bem as siglas dos estados brasileiros?


AC - Acre
AL - Alagoas
AM - Amazonas
AP - Amapá
BA - Bahia
CE - Ceará
ES - Espírito Santo
GO - Goiás
MA - Maranhão
MG - Minas Gerais
MS - Mato Grosso do Sul
MT - Mato Grosso
PA - Pará
PB - Paraíba
PE - Pernambuco
PI - Piauí
PR - Paraná
RJ - Rio de Janeiro
RN - Rio Grande do Norte
RO - Rondônia
RR - Roraima
RS - Rio Grande do Sul
SC - Santa Catarina
SE - Sergipe
SP - São Paulo
TO - Tocantins

Soneto & Cia

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 20, 2011 with No comments
       Existem poemas que sempre apresentam a mesma estrutura de construção. São os chamados poemas de formas fixas. Entre outros, é o caso do soneto, formado por quatorze versos, organizados em duas quadras e três tercetos; do rondó por uma quintilha seguida de um terceto e outra quintilha: do haicai, um poema de origem japonesa formado por três versos, o primeiro e o terceiro com cinco sílabas e o segundo com sete sílabas poéticas. Veja um exemplo de haicai, do poeta Guilherme de Almeida:

                         Noturno

           Na cidade, a lua:
           a joia branca que boia
           na lama da rua

Poesia & Poema

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 20, 2011 with No comments
       As duas palavras vêm do grego e, nessa língua, a terminação "sia" (de poesia) serve para dar nome a uma ação ou atividade, enquanto "ma" (de poema) indica o produto dessa atividade. Em outras palavras, poema é produto, algo concreto, que podemos ler, enquanto poesia se refere à arte em geral, de maneira abstrata. Levando isso em conta, um livro de poesia (assim mesmo, no singular) pode conter trinta poemas (e nunca trinta poesias).

Reaver e precaver-se

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 20, 2011 with No comments
          Os verbos reaver e precaver-se são defectivos, isto é, não apresentam algumas formas verbais. O modo de saber se existe ou não determinada forma desses verbos é simples: só existem as formas correspondentes àquelas do verbo haver nas quais é empregada a letra v.

       Por exemplo, a conjugação de haver no presente do indicativo: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles hão. Assim, no presente do indicativo, o verbo reaver apresenta apenas as formas reavemos e reaveis e o verbo precaver-se as formas nos precavemos e vos precaveis.

Palíndromos

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 20, 2011 with No comments
    São palavras ou frases que podem ser lidas da esquerda para a direita quanto da direita para a esquerda.

     Ex: OVO, ARARA

     Veja algumas frases:

1. RIR, O BREVE VERBO RIR

2. LIVROS, SE FOR PAGAR, TRAGA PROFESSOR VIL

3. A CERA CAUSA SUA CARECA

4. SOCORRAM-ME, SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS

5. A GRAMA É AMARGA

6. ALI ELA VACILA E ALI CAVA, LEILA

7. AMADA DAMA, O DIA CAI, DIA CAIDO

8. A MALA NADA NA LAMA

9. AME A EMA

10. ANOTARAM A DATA DA MARATONA

11. ATÉ O PODER DO POVO É OVO PODRE DO POETA

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Partes da gramática

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 15, 2011 with 2 comments
Sintaxe (do Grego clássico σύνταξις "disposição", de σύν syn, "juntos", e τάξις táxis, "ordenação") é o estudo das regras que regem a construção de frases nas línguas naturais. A sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no discurso, incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível.

Há várias funções sintáticas. Algumas delas podem ser vistas abaixo:

Sintaxe de período simples:

• Sujeito

• Predicado

• Verbo de ligação

• Complemento nominal

• Adjunto adnominal

• Adjunto adverbial

• Verbo intransitivo

• Verbo transitivo direto

• Verbo transitivo indireto

• Verbo transitivo direto e indireto

• Objeto direto

• Aposto

• Vocativo

• Objeto indireto

• Predicativo do sujeito

• Predicativo do objeto

Sintaxe de período composto:

• Orações coordenadas

• Orações subordinadas

Basicamente, em qualquer linguagem, as funções básicas são o sujeito e o predicado.


MORFOLOGIA

Em linguística, no nível de análise morfológica encontramos duas unidades formais: a palavra e o morfema. Uma das questões centrais no estudo da morfologia é decidir se a abordagem será pela perspectiva do morfema ou se a partir da palavra, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período.


SEMÂNTICA

A semântica σημαντικός, (derivado de sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.

Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.

Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:

As homônimas podem ser:

Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);

Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);

Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo)

Conotação e Denotação:

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

ETIMOLOGIA

Etimologia (do grego antigo ἐτυμολογία, composto de ἔτυμον e -λογία "-logia") é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem. Por outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica.

Algumas palavras derivam de outras línguas, possivelmente de uma forma modificada (as palavras-fontes são chamadas étimos). Por meio de antigos textos e comparações com outras línguas, os etimologistas tentam reconstruir a história das palavras - quando eles entram em uma língua, quais as suas fontes, e como a suas formas e significados se modificaram.

Os etimologistas também tentam reconstruir informações sobre línguas que são velhas demais para que uma informação direta (tal como a escrita) possa ser conhecida. Comparando-se palavras em línguas correlatas, pode-se aprender algo sobre suas línguas afins compartilhadas. Deste modo, foram encontrados radicais de palavras que podem ser rastreadas por todo o caminho de volta até a origem da família de línguas indo-europeias.

A própria palavra etimologia vem do grego ἔτυμον (étimo, o verdadeiro significado de uma palavra, de 'étymos', verdadeiro) e λόγος (lógos, ciência, tratado).

FONÉTICA

A Fonética é o ramo da Linguística que estuda a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala humana. Preocupa-se com a parte significante do signo linguístico e não com o seu conteúdo. Segundo Borba, subdivide-se em:

• Fonética articulatória: estuda como os sons são produzidos, isto é, a posição e a função de cada um dos órgãos do aparelho fonador (língua, lábios, etc.);

• Fonética acústica: analisa as características físicas dos sons da fala, ou seja, as ondas mecânicas produzidas e a sua percepção auditiva;

A unidade básica de estudo para a Fonética é o fone. A fala humana é capaz de produzir inúmeros fones. A forma mais comum de representar os fones pelos linguistas é através do Alfabeto Fonético Internacional (AFI), desenhado pela Associação Internacional de Fonética (I.P.A.).

Alguns fones são auditivamente próximos entre si a ponto de se tornarem indistinguíveis. Por exemplo, o som de "rr" em alguns dialetos do português do Brasil é realizado foneticamente pela consoante fricativa velar surda (x no AFI). Entretanto, essa pode ser substituída pela consoante fricativa glotal surda (h no AFI) que a palavra que nela estiver continuará a ser reconhecida. A esse fenômeno, dá-se em fonologia o nome de alofonia. Assim, [x] e [h] são alofones do "erre" forte em português brasileiro. Um grupo composto de um fone e seus alofones para os falantes de um idioma é denominado fonema. Deve-se ressaltar que a alofonia entre dois fones é relativa. Por exemplo, no Alemão compõem fonemas separados.

O estudo dos fonemas é desenvolvido pela Fonologia. A fonologia e a fonética são frequentemente confundidas porque os conceitos de fone e fonema também geram confusão.

LITERATURA

Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos, de compor ou estudar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; a carreira das letras.

A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa, etc.

Coerência e Coesão textual

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 15, 2011 with 4 comments
Coerência e coesão textuais são dois conceitos importantes para uma melhor compreensão do texto e para a melhor escrita de trabalhos de redação de qualquer área.

A coesão trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos. A coerência, por sua vez, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento compartilhado entre os usuários da língua.Para que um texto seja um todo significativo, e não um amontoado de frases soltas, sem conexão, é necessário que ele tenha textualidade. A coerência e a coesão textuais são dois dos elementos fundamentais que conferem textualidade a um texto.
Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no sentido constituído pelo leitor.

-Coesão - É a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro.

-Coerência - A coerência textual é a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar é o resultado da não contradição entre as partes do texto.









sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Acentos e símbolos gramaticais

Posted by Cristina C C Vieira on fevereiro 04, 2011 with 4 comments
O surgimento e a história do sistema de pontuação têm acompanhado o desenvolvimento da escrita. No começo, os textos eram redigidos em letra maiúscula e de forma contínua, sem espaço entre os vocábulos. Zénodoto de Éfeso (320-240 a.C), responsável pela Biblioteca de Alexandria, foi o primeiro a separar os textos de autores diferentes ao copiar um manuscrito. Uma ordem lógica do texto escrito surgiu entre os séculos IV e IX d.C, quando os livros passaram a ser feitos com letras minúsculas. Isso redundou na aproximação das letras, o que possibilitou o reconhecimento do desenho das palavras como uma unidade. Nessa época, os escribas também passaram a adicionar notas auxiliares às cópias, explicando como deveria ser recitado um verso ou pronunciado um termo. Esse código, utilizado como um instrumento de organização, era chamado de ponto. Eis a origem da palavra pontuação. 0 sinal gráfico conhecido como ponto apareceu no ano 3000 a.C. A princípio, era empregado como artifício para abreviar as extensas palavras em latim. Também servia para indicar a presença de um nome próprio. Os outros sinais que conhecemos hoje surgiram entre os séculos XIV e XVII. 0 nascimento da imprensa foi o principal responsável pela evolução e popularização da pontuação. Com ela, as marcações deixaram de ser dirigidas a quem escreve e se voltaram para quem lê, destinando-se a facilitar a compreensão do texto. A impressão tipográfica também exigiu a padronização e a simplificação dos sinais.

Ç CÊ – CEDILHA

O cê-cedilha foi criado na Espanha. Alguns textos escritos em espanhol arcaico apresentavam o encontro consonantal cz. Com o tempo, o z desse encontro transformou-se em uma perninha colocada sob o c, para designar o mesmo som. O próprio nome "cedilha" remete a essa origem: é um zê diminuído. O zê no espanhol antigo era chamado de "zeda", ou "ceda" (mais o sufixo diminuti-vo Ma - ilha em português). 0 português adotou a letra no século XV e a utiliza apenas antes das vogais a, o, u, no meio de palavras, para representar o som do s. O romeno e o turco moderno também adotam o sinal.


@ ARROBA

O símbolo @ existe desde o Império Romano. Representava a palavra latina ad, que indica lugar. 0 próprio sinal tenta mostrar um "a" dentro de um "d". No Brasil, o símbolo acabou representando uma medida de peso, a arroba, que eqüivale a 15 quilos. O termo era usado na Espanha e derivava do árabe arrubá, que quer dizer peso. Em 1972, o engenheiro americano Ray Tomlinson resolveu utilizar o símbolo meio em desuso para indicar o local em que o usuário do e-mail está. E a arroba voltou a se popularizar.


& E COMERCIAL

Alguns sinais foram criados para facilitar a escrita e dar mais velocidade a ela. O símbolo "&", nascido em 63 a.C, é um deles. Seu criador foi o romano Marcus Tulius Tiro, encarregado de transcrever os discursos feitos no Senado de Roma. O "&" era colocado no lugar do et (em português, apenas "e"). Hoje é usado em nomes de empresas.

É a abreviação da expressão latina et cetera, que significava "e as sobras". Cetera é o plural neutro do latim ceterus (o que sobrou, o resto).

. PONTO

O sinal gráfico conhecido como ponto apareceu no ano 3000 a.C. Seu nome vem do latim punctum, que designava o furinho que uma agulha faz sobre a superfície. Os egípcios utilizavam o ponto em textos poéticos e para ensinar as crianças a escrita hierática (letra de forma que simplificava os hieróglifos). Na Idade Média, ele era empregado como artifício para abreviar as extensas palavras em latim. Também servia para indicar a presença de um nome próprio no texto. Muito tempo depois, assumiu a função atual de determinar o final de uma sentença.


ASPAS

As aspas foram usadas pela primeira vez em manuscritos da Alta Idade Média, por volta do século XVII. Naquele tempo, elas eram representadas pelo sinal de lambda na horizontal (o). Acredita-se que o inventor do sinal foi um sujeito chamado Guillaume. Por isso, em francês, o sinal gráfico é chamado de guillements.


VÍRGULA (,)

A vírgula apareceu por volta do século XV. Em grego, ela é chamada de komma, que quer dizer "recorte", "dar um fôlego". Quando era colocada no texto, substituía uma palavra que havia sido cortada.


DOIS PONTOS (:)

O nome deste sinal gráfico vem da palavra grega kolon, que quer dizer extremidade das asas de um passarinho. Quando surgiu, no século XVI, era utilizado para separar sentenças, função detida hoje pelo ponto.


ACENTUAÇÃO


Agudo (´): vem do latim açus, que quer dizer agulha.

Circunflexo (^): na Grécia, tinha o formato de meia lua. Por isso, seu nome deriva do latim circumflexus, cujo significado é círculo dobrado.

Crase (`): a palavra grega krasis, que quer dizer "mistura", deu origem a este termo.

TIL (~): originalmente, o acento era chamado de titulus, que quer dizer inscrição colocada acima de uma figura. Os espanhóis o adotaram no século XVI para sinalizar a nasalização de um vocábulo, como em manana, e o rebatizaram de tilde.


Quando começamos a colocar o pingo no i?

A adição do ponto sobre a letra i data do século XVI. Quando os caracteres góticos foram adaptados, os dois is (ii) eram frequentemente confundidos com a letra u para evitar esse problema, criou-se o costume de acrescentar a ele o acento gráfico til, o apóstrofo e outros sinais, até se desenvolver o i com ponto. Esses acentos se transformaram em ponto simples a partir do começo do século XVI. Para alguns copistas da época, no entanto era muito aceita. Daí a expressão "colocar pingo no i", com o sentido de decidir alguma coisa.