domingo, 18 de julho de 2010

Acordo Ortográfico (1990) - Mudanças no português do Brasil IV

Posted by Cristina C C Vieira on julho 18, 2010 with No comments
Uso do Hífen

Antes do acordo: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidade, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sistole, extra-seco, infra-som, infra-renal, ultra-romântico, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensivel.

Nova regra: não se emprega o hífen nos compostos em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo essas consoantes se duplicarem.

Após o acordo: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, autossugestão, contrassenso, contrarregra, contrassenha, extrarregimento, extrassistole, extrasseco, infrassom, infrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, semirreal, semissintético, suprarrenal, suprassensivel.


Observação:

  • O uso do hífen permanece nos compostos em que os prefixos super, hiper, inter, terminados em -r, aparecem combinados com elementos também iniciados por -r; hiper-rancoroso, hiper-realista; hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente, super-revista etc.

Antes do acordo: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, infra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado.

Nova regra: não se emprega o hífen nos compostos em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente.

Após o acordo: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, infraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiárido, semiautomático, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

Observações:

  • Esta nova regra normatiza os casos do uso do hífen entre vogais diferentes, como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: antiaéreo, antiamericanismo, coeducação, agroindustrial, socioeconômico etc.
  • O uso do hífen permanece nos compostos com prefixo em que o segundo começa por -h: ante-hip´pfise, anti-herói, anti-higiênico, anti-hemorrágico, extra-humano, neo-helênico, semi-herbáceo, super-homem, supra-hepático etc.



Antes do acordo: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, aequiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico.

Nova regra: Emprega-se o hífen nos compostos em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal igual.

Após o acordo: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, aequi-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico.

Observações:

  • Estes compostos, anteriormente grafados em uma única palavra, escrevem-se agora com hífen por força da regra anterior.
  • esta regra normatiza todos os casos do uso do hífen entre vogais iguais, como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: auto-observação, contra-argumento, contra-almirante, eletro-ótica, extra-atmosférico, infra-assinado, infra-auxiliar, semi-interno, supra-auricular, supra-axilar, ultra-apressado etc. (Nestes casos, o hífen permanece)
  • No caso do prefixo co-, em geral, não se usa o hífen, mesmo que o segundo elemento comece pela vogal o: cooperação, coordenar.

Antes do acordo: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento.

Nova regra: Não se emprega o hífen em certos compostos em que se perdeu, em certa medida, a noção de composição.

Após o acordo: mandachuva, páraquedas, páraquedista, páralama, párabrisa, párachoque, páravento.

Observação:

  • O uso do hífen permanece nas palavras compostas que não contém um elemento de ligação e constituem uma unidade sintagmática e semântica, mantendo acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro; médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi, formiga-branca etc.

Observações gerais:

1. o uso do hífen permanece:

a) nos compostos com os prefixos ex-, vice-, soto-: ex-marido, vice-presidente, soto-mestre;
b) nos compostos com os prefixos circum- e pan-: quando o segundo elemento começa por vogal, m ou n: pan-americano, circum-navegações;
c) nos compostos com os prefixos tônicos acentuados pré-, pró e pós- quando o segundo elemento tem vida própria na língua: pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação.
d) nos compostos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como -açu, -guaçu e -mirim quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente o uquando a pronúncia exige a distinção fráfica entre ambos: amoré-guaçu, manacá-açu, jacaré-açu, Ceará-Mirim, paraná-mirim.
e) nos topônimos iniciados pelos adjetivos grão e grã ou por forma verbal ou por elemento que incluam um artigo; Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de Todos-os-Santos etc.
f) nos compostos com os advérbios mal e bem quando estes formam uma unidade sintagmática e semântica e o segundo elemento começa por vogal ou -h: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-estar, mal-humano. Entretanto, nem sempre os compostos com o advérbio bem escrevem-se sem hífen quando este prefixo é seguido por um elemento iniciado por consoante: bem-nascida, bem-visto (ao contrário de malnascido, malcriado e malvisto).
g) nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-casados, sem-número, sem-teto.

2. Não se emprega o hífen nas locuções de qualquer tipo (substantivoas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cor de vinho, ele próprio, à vontade, abaixo de, acerca de, a fim de que etc.

  • São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.














Acordo Ortográfico (1990) - Mudanças no português do Brasil III

Posted by Cristina C C Vieira on julho 18, 2010 with No comments
Acentuação


Antes do acordo: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio (forma verbal), heróico, paranóico.

Nova regra: não se acentuam os ditongos abertos -ei e -oi nas palavras paroxítonas.

Após o acordo: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio (forma verbal), heroico, paranoico.

Observações:

  • O acento nos ditongos -éi e -ói permanece nas palavras oxítonas e monossílabos tônicos de som aberto: herói, constrói, dói, anéis, papéis, anzóis.
  • O acento no ditongo aberto -éu permanece: chapéu, véu, céu, ilhéu.

Antes do acordo: enjôo (substantivo e forma verbal), vôo ( substantivo e forma verbal), crôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo.


Acordo Ortográfio - Mudanças no Português do Brasil II

Posted by Cristina C C Vieira on julho 18, 2010 with No comments
Trema

O trema, após o acordo, é eliminado em palavras portuguesas e aportuguesadas.

Antes se escrevia da seguinte forma: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, freqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça.

Após o acordo se escreve da seguinte forma: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.

O trema permanece em nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Müller, mülleriano, hübneriano.




Acordo Ortográfico (1990) - Mudanças no Português do Brasil I

Posted by Cristina C C Vieira on julho 18, 2010 with No comments
Alfabeto

O alfabeto era formado por 23 letras, mais as letras chamadas de "especiais" k, w, y.

Pela nova regra, o alfabeto é formado por 26 letras.

As letras k, w, y fazem parte do alfabeto. São usadas em siglas, símbolos, nomes próprios estrangeiros e seus derivados.

Exemplos: Km, watt, Byron, byroniano.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Momento de reflexão

Posted by Cristina C C Vieira on julho 12, 2010 with No comments
  "O que eu escrevo, é menos do que posso dizer. É o que eu posso dizer, agora, é menos do que sinto por você. Tanta verdade se perde no caminho do coração ao cérebro, do cérebro à boca, da boca à mão, da mão ao papel... Agora eu quero que você saiba tudo o que eu sinto, sem perdas pelo caminho, sem desperdícios. Quero que você percorra os meus caminhos de volta, dos papéis ao coração. É aqui! É aqui dentro que você tem de morar, meu amor!"


    "Há o instante da chegada
     e o momento da partida
     Quanta vida eu já vivi?
     Quanto resta a ser vivida?"


        Trechos retirados do livro A marca de uma lágrima, de Pedro Bandeira.