sexta-feira, 28 de junho de 2013

Dicas para a redação do Enem

Posted by Cristina C C Vieira on junho 28, 2013 with No comments
Para quem vai fazer a redação do Enem seguem algumas dicas:

1. A redação do Enem tem uma característica que a difere das demais: o candidato deve propor uma solução para um problema apresentado no tema.

2. O estudante tem que mostrar informação e criatividade para criar soluções e habilidade para defender seu ponto de vista.

3. Leitura atenta do noticiário para provocar o poder da crítica.

4. No desenvolvimento da redação saber usar a coletânea de textos apresentadas na proposta, para estimulá-los nos argumentos, mas sem copiar os textos.

5. Na conclusão, que é o momento de fazer a proposta, dê sugestões completas.

6. Os temas do Enem são objetivos e inspirados em fatos da atualidade. São assuntos de abrangência nacional.


Redação no Enem

Posted by Cristina C C Vieira on junho 28, 2013 with No comments

1) A temática proposta costuma ter um viés social que pode - e deve - ser associada a outras esferas: cultural, política, comportamental, ambiental. 


2) Clareza e coerência são fundamentais na construção textual. Lembre-se de que a leitura deve ser "fácil" e fluida, garantindo o bom entendimento do seu texto. Para isso evite a utilização de termos rebuscados e preocupe-se com os conectivos: termos como "portanto", "então", "além disso" e "desse modo", quando bem utilizados garantem a fluidez necessária.

3) A banca do Enem pede que você apresente propostas de intervenção, ou seja, medidas que podem amenizar uma situação-problema. Avalie o papel do governo, da sociedade, do indivíduo e da mídia, por exemplo, na tentativa de reverter panoramas que podem ser melhorados ou amenizados. 

4) Na proposta de intervenção é fundamental o respeito aos direitos humanos. Posturas radicais ou extremas não condizem com um cidadão consciente e engajado que já cursou o ensino médio. 

5) Faça uso dos conhecimentos adquiridos ao longo da sua formação. Embase seus argumentos com elementos históricos, geográficos, literários, filosóficos, entre outros, demonstrando pleno conhecimento de mundo. Não se esqueça: a interdisciplinaridade é bem vista pela banca, mas sempre acessória. O principal é focar na defesa do seu ponto de vista.

Na hora de escrever

NÃO FAÇA períodos muito longos, prefira sempre frases simples, pois elas dão clareza ao texto
NÃO CRIE estruturas sintáticas incompletas
NÃO USE marcas de oralidade, como gírias, por exemplo
NÃO RECORRA a clichês quando fizer sua proposta
NÃO USE um mesmo argumento repetidas vezes
DEIXE DE LADO expressões como "eu acho"
JAMAIS desrespeite os direitos humanos
FAÇA UM ROTEIRO sobre o tema. Ajuda a ter foco na hora de criar a proposta
PREFIRA um vocabulário simples a palavras rebuscadas
USE sinônimos para não repetir palavras
USE a norma culta. Uma das cinco competências da redação avalia o rigor gramatical

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Frases com verbos comandos

Posted by Cristina C C Vieira on junho 24, 2013 with No comments
1. ANALISE o atual governo do Brasil.

2. COMENTE a seguinte frase: "Penso, logo existo".

3. EXPLIQUE a diferença entre os seguintes termos: mas / mais.

4. "Estamos lutando por um país melhor".

     IDENTIFIQUE o sujeito da frase acima.

5. CITE três presidentes dos Estados Unidos.

6."Quero muito ser seu amigo, mas você é muito teimoso. O que você tem contra mim? Me dá uma chance!"

    TRANSCREVA do texto acima os verbos.

7. "Me dá um livro de presente".

     A frase acima está na linguagem coloquial.

a) REESCREVA colocando-a na linguagem culta.

b) JUSTIFIQUE sua resposta.


As palavras em caixa alta são os verbos comandos.

sábado, 15 de junho de 2013

Revisão de texto

Posted by Cristina C C Vieira on junho 15, 2013 with No comments
Olá!

Se alguém precisar, faço revisão de textos acadêmicos (Monografia, Dissertação de Mestrado, Tese de Doutorado), artigos de revista e jornal.

Orçamento no e-mail: cristina.constancia@gmail.com


sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Rei dos animais - Millôr Fernandes

Posted by Cristina C C Vieira on junho 14, 2013 with No comments
O Rei dos Animais

Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é você!".

Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?".

Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: "Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim, és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. "Tigre, - disse em voz de estentor -eu sou o rei da floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: "Sim". E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou.

Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: "Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensanguentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado".

MORAL: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE.

Exageros de mãe - Millôr Fernandes

Posted by Cristina C C Vieira on junho 14, 2013 with No comments
Exageros de Mãe
Millôr Fernandes

Já te disse mais de mil vezes que não quero ver você descalço. Nunca vi uma criança tão suja em toda a minha vida. Quando teu pai chegar você vai morrer de tanto apanhar. Oh, meu Deus do céu, esse menino me deixa completamente maluca. Estou aqui há mais de um século esperando e o senhor não vem tomar banho. Se você fizer isso outra vez nunca mais me sai de casa. Pois é, não come nada: é por isso que está aí com o esqueleto à mostra. Se te pegar outra vez mexendo no açucareiro, te corto a mão. Oh, meu Deus, eu sou a mulher mais infeliz do mundo. Não chora desse jeito que você vai acordar o prédio inteiro. Você pensa que seu pai só trabalha pra você chupar Chica-Bon? Mas, furou de novo o sapato: você acha que seu pai é dono de sapataria, pra lhe dar um sapato novo todo dia? Onde é que você se sujou dessa maneira: acabei de lhe botar essa roupa não faz cinco minutos! Passei a noite toda acordada com o choro dele. Eu juro que um dia eu largo isso tudo e nunca ninguém mais me vê. Não se passa um dia que eu não tenha que dizer a mesma coisa. Não quero mais ver você brincando com esses moleques, esta é a última vez que estou lhe avisando.

Dez em Humor - Millôr Fernandes

Posted by Cristina C C Vieira on junho 14, 2013 with No comments
Dez em Humor
Millôr Fernandes

Ah, essa falsa cultura:

Rômulo foi alimentado por uma loba e ficou conhecido como o lobo do homem.
A Argentina é um país cor de laranja do lado esquerdo do Brasil.
Os incas eram tão adiantados que já tinham até a circulação do sangue.
Os judeus foram perseguidos porque se entregavam a uma vida inteiramente semítica.
Eqüidistância é você estar à mesma distância de todos os lugares ao mesmo tempo.
O lugar mais quente da terra é perto do Cuador.
A inoculação é um ato sexual entre os micróbios.

DICIONOVÁRIO (palavras que precisam ser inventadas):

REALÇÃO - 
Oposição ao monarca.
BARCILO - Bactéria encontrada no bar.
CÔNEGRO - Eclesiástico de cor.
TATATATATATARAVÔ - O antepassado do gago.
INAUGORAÇÃO - Estréia que não houve.
VILTÓRIA - Vencer uma luta mesquinha.
SERVANTE - Servente com mania de ler o Dom Quixote.
CEDOÇÃO - Atrair sensualmente às primeiras horas do dia.
BOICEJO - Demonstração de tédio por parte do marido de dona vaca.
CENSOALIDADE - Estatística da volúpia.

"Antigamente os animais falavam. Hoje escrevem."

Chapeuzinho Vermelho - Millôr Fernandes

Posted by Cristina C C Vieira on junho 14, 2013 with No comments
Chapeuzinho Vermelho
Millôr Fernandes

Era uma vez (admitindo-se aqui o tempo como uma realidade palpável, estranho, portanto, à fantasia da história) uma menina, linda e um pouco tola, que se chamava Chapeuzinho Vermelho. (Esses nomes que se usam em substituição do nome próprio chamam-se alcunha ou vulgo). Chapeuzinho Vermelho costumava passear no bosque, colhendo Sinantias, monstruosidade botânica que consiste na soldadura anômala de duas flores vizinhas pelos invólucros ou pelos pecíolos, Mucambés ou Muçambas, planta medicinal da família das Caparidáceas, e brincando aqui e ali com uma Jurueba, da família dos Psitacídeos, que vivem em regiões justafluviais, ou seja, à margem dos rios. Chapeuzinho Vermelho andava, pois, na Floresta, quando lhe aparece um lobo, animal selvagem carnívoro do gênero cão e... (Um parêntesis para os nossos pequenos leitores — o lobo era, presumivelmente, uma figura inexistente criada pelo cérebro superexcitado de Chapeuzinho Vermelho. Tendo que andar na floresta sozinha, - natural seria que, volta e meia, sentindo-se indefesa, tivesse alucinações semelhantes.).

Chapeuzinho Vermelho foi detida pelo lobo que lhe disse: (Outro parêntesis; os animais jamais falaram. Fica explicado aqui que isso é um recurso de fantasia do autor e que o Lobo encarna os sentimentos cruéis do Homem. Esse princípio animista é ascentralíssimo e está em todo o folclore universal.) Disse o Lobo: "Onde vais, linda menina?" Respondeu Chapeuzinho Vermelho: "Vou levar estes doces à minha avozinha que está doente. Atravessarei dunas, montes, cabos, istmos e outros acidentes geográficos e deverei chegar lá às treze e trinta e cinco, ou seja, a uma hora e trinta e cinco minutos da tarde".

Ouvindo isso o Lobo saiu correndo, estimulado por desejos reprimidos (Freud: "Psychopathology Of Everiday Life", The Modern Library Inc. N.Y.). Chegando na casa da avozinha ele engoliu-a de uma vez — o que, segundo o conceito materialista de Marx indica uma intenção crítica do autor, estando oculta aí a idéia do capitalismo devorando o proletariado — e ficou esperando, deitado na cama, fantasiado com a roupa da avó.

Passaram-se quinze minutos (diagrama explicando o funcionamento do relógio e seu processo evolutivo através da História). Chapeuzinho Vermelho chegou e não percebeu que o lobo não era sua avó, porque sofria de astigmatismo convergente, que é uma perturbação visual oriunda da curvatura da córnea. Nem percebeu que a voz não era a da avó, porque sofria de Otite, inflamação do ouvido, nem reconheceu nas suas palavras, palavras cheias de má-fé masculina, porque afinal, eis o que ela era mesmo: esquizofrênica, débil mental e paranoica pequenas doenças que dão no cérebro, parte-súpero-anterior do encéfalo. (A tentativa muito comum da mulher ignorar a transformação do Homem é profusamente estudada por Kinsey em "Sexual Behavior in the Human Female". W. B. Saunders Company, Publishers.) Mas, para salvação de Chapeuzinho Vermelho, apareceram os lenhadores, mataram cuidadosamente o Lobo, depois de verificar a localização da avó através da Roentgenfotografia. E Chapeuzinho Vermelho viveu tranqüila 57 anos, que é a média da vida humana segundo Maltus, Thomas Robert, economista inglês nascido em 1766, em Rookew, pequena propriedade de seu pai, que foi grande amigo de Rousseau.